quarta-feira, abril 08, 2009

ROTAS & DESTINOS regressa ao Porto.

Como tantos outros da sua idade e seu tempo, o homem A. já não vem ao Porto há uns anitos, passaram cerca de quatro ou cinco. Entretanto casou, gerou dois filhos, deixou crescer a barriga, e entregou-se a uma rotina apaziguadora, que inclui um zapping por 37 novos canais de televisão, umas quantas actualizações de modelos de telemóvel, e algumas ideias inofensivas sobre a geografia social do país e do mundo (incluíndo os preconceitos inerentes ao luxo de uma vida estacionária).


Portanto, sem dar por nada, passaram-lhe cinco anos por cima. E, cinco anos depois, o homem A. é obrigado pela empresa-mãe a regressar ao Porto. “Vais quinta-feira à noite, encontras-te com o nosso representante na sexta de manhã, e estás de regresso a Lisboa a tempo de veres o jogo do Benfica e gozares o teu fim-de-semana com a patroa”, sugerem-lhe.


“Que te parece?”. Parece-lhe muito bem. O homem A. já está a esfregar as mãos de contente. Uma viagem ao Porto sempre significa um dia a menos na empresa-mãe, a possibilidade de almoçar sozinho uma francesinha numa transversal dos Aliados e piscar os olhos às garotas que lhe sorriem na Rua de Santa Catarina.



“As miúdas do Porto são cá umas atrevidas!”, avisam-no de véspera, ainda em Lisboa. A chegada a Campanhã, ao final da tarde do dia seguinte, apanha-o logo de surpresa. O homem A. não quer acreditar que finalmente o Porto tenha conseguido terminar as obras circundantes a Campanhã. Por momentos, a sua inocência confunde a grandeza da estrutura que liga a ferrovia ao metropolitano com o estádio do F.C. Porto. “Impressionante”, pensa para com os seus botões.

Em apenas sete minutos, o tempo de ouvir Rui Reininho cantar A Pronúncia do Norte ainda com os GNR, o táxi leva-o directamente dali para o centro da cidade, onde tem reservado um quarto single para uma noite, uma noite única apenas. “Dêem-me uma zona sossegada, quero uma zona sossegada!”, implorou o homem A. à secretária de produção no início da semana.



A dona Isaura, secretária de produção desde sempre, nunca foi ao Porto, por isso teve de confiar na opinião da uma vizinha, que lhe sugeriu um quarto barato na Pensão Cristal, situada numa zona muito tranquila do centro do Porto, “a Rua Galeria de Paris, ali nos Clérigos”.


As palavras são da vizinha da dona Isaura, que nasceu em São João da Madeira, e não vai ao Porto há mais dez anos.


Ela também acha que o Porto continua muito tradicional.


São quase duas da manhã quando a vigília serena do homem A. é interrompida por uma forte batida cardíaca que parece vir da garganta do edifício. Zump, zump, zump! Zonzo, o homem A. não sabe exactamente em que cidade está – se no Porto se em Beirute. O ruído sobe do rés-do-chão pelas paredes do eixo central até ocupar o eco do seu quarto, como um alarme electrónico deixado a tocar na recepção. “O hotel está a arder, só pode ser!”. O homem A. cambaleia pelo quarto, veste duas peças de roupa de circunstância, calça as botas sem apertar os atacadores, e desce os três pisos da Pensão Cristal pelas escadas a toda a brida, evitando racionalmente o elevador.



No piso térreo, a recepção está vazia. “Fugiram todos sem me avisar”, pensa. Em dois tempos, abre a porta principal do edifício, e atira-se sobre a multidão ruidosa que o aguarda na Rua Galeria de Paris. “Estou salvo!”, grita. Aliviado com a rapidez da sua decisão, o homem A. é o único do grupo que olha para trás, à procura da origem do alarme no prédio de seis andares da zona dos Clérigos, toda ela envolta em neblina e poesia. Na rua, todos olham apenas para ele, tentando descobrir a razão para a presença ali fora desta figura patética assim vestida. O homem A. é o único ali sem um copo na mão.




Da noite para o dia…
Uma cidade ameaçada mexe-se, ocupa novos lugares, procura a sobrevivência em qualquer lugar ou sob qualquer forma, desde que nas imediações da sua própria fronteira ou razoabilidade. O Porto, como qualquer cidade europeia, incluindo Londres e Berlim, mexe-se bem. E em cinco anos, ao contrário de Lisboa, o Porto mexeu-se muito.


Era como se a cidade tivesse chegado a um beco sem saída e fosse preciso destruir o beco para seguir em frente.





A antiga zona sossegada dos Clérigos agora é “um inferno”, um inferno para quem tenha a tendência de ver os movimentos migratórios sob esta perspectiva. “Quem vive ali?”, pergunta-se sistematicamente nas ruas repletas dos Clérigos.



Falamos da Cândido dos Reis, onde é o Plano B, ou na Rua Galeria de Paris, onde se movem as acções espontâneas da Casa do Livro, o Café au Lait ou das próprias Galerias de Paris, um café-restaurante que é um modelo de espaço inteligente desenrascado, adaptando a sua zona orgânica de restauração a discoteca-bar all night long, com a particularidade de servir pequenos-almoços logo de manhã, num horário quase transgressional.










“Quem vive aqui não se incomoda que a chinfrineira da noite invada uma zona habitacional?”, perguntam tristes os tristes. Quem vive ali agora é a noite. A noite que há mais de cinco anos morreu na Ribeira (onde ainda apenas funciona o Meu Mercedes é Maior Que o Teu), agora teve de subir a cidade para se instalar num eixo familiar que vai da Rua Passos Manuel, no lado nascente dos Aliados, aos Clérigos, a poente da grande avenida central. Agora a noite faz-se destas rotinas curtas e pedonais, incluíndo os Maus Hábitos, o Clube Pitch ou o próprio Passos Manuel (do Becas, ex-Aniki Bobó), circulando pelos vícios da zona de Santa Catarina aos Clérigos e vice-versa. É impressionante a rapidez de acção e oportunidade comercial da cidade na zona – para bem ou para o mal.


O Teatro Rivoli, grandioso pela forma como recebia o Fantasporto, agora parece uma tenda de circo, com os cartazes dos musicais de Filipe LaFéria a esconderem o desenho emblemático do edifício. Foi-se a história e um historial, ganhou a ficção.


E, em redor, o negócio surgiu: o Rivoli Cinema Hostel, fundado por três jovens casais, vem preencher uma lacuna em zona desertificada, servindo para hospedar quem se alimente dos espectáculos no Sá da Bandeira, no Coliseu ou no próprio Rivoli (os doze quartos do hostel têm todos nomes de filmes). E a dois passos, a abertura de um Al Forno veio corresponder à necessidade de aligeirar a rugosidade gastronómica de um quarteirão hostil que agora é quase exclusivamente... ao estilo.

O Pitch é um dos maiores acontecimentos da noite no Porto. O facto de ser mais pequeno que o Lux, em Lisboa, permite-lhe ser, ou ter, aquilo que o Lux, numa noite mais fraca, não tem: conforto e familiaridade.


Quando o DJ Kitten ataca a uma noite de sábado, o espaço de dança é pouco para as encomendas, sendo imensas as encomendas para um clube que tem por regra não cobrar bilhete à entrada. Bilhetes só quando a sintonia do Pitch com o Passos Manuel e os Maus Hábitos cria a chamada Alta Baixa, um evento musical repartido e tripartido que poderá um dia evoluir para a recente Gare, mesmo ao lado da estação ferroviária de São Bento (bas fond mais genuíno não há: são duas e tal da manhã e a Gare apenas tem casais de turistas japoneses).


Não há regras na noite da Baixa.


Tanto se pode começar e acabar a noite no Clube Pitch como não pôr lá os pés. As alternativas são uma tentação, as alternativas são uma revolução: a Galeria de Paris e a Cândido dos Reis encabeçam a marcha na zona dos Clérigos, mas a oferta extende-se pela noite dentro, desde o bar Rosa Escura, na Rua Picaria, que viu nascer Sá Carneiro, à emergência da Praça Carlos Alberto, cuja actividade é complementada pelos recentes Wait e Pão de Ló (já na Cedofeita). Na Rua José Falcão, onde o estilista Luís Buchinho abriu atelier, o duelo é agora entre o espaço de uma antiga torrefacção de café, o actual Café Lusitanto, e o popular Armazém do Chá, cuja dimensão e potencial fazem recordar os espaços provisórios de Berlim Leste, logo a seguir à queda do muro. Há cinco anos, só havia a Pensão Cristal, o Hotel Malaposta e meia dúzia de lojas de ferragens ou alfarrabistas. E aos olhos da vizinha da secretária de produção do homem A., a Pensão Cristal até seria um sítio sossegado para se passar uma noite única. Hoje, apesar da sua hospitalidade, a pensão está no meio do furacão. E o furacão só pára com o nascer do Sol e a fúria do dia seguinte.



…do dia para a noite


Só duas coisas mudaram no Porto nos últimos cinco anos: a noite e o dia. E com os dias e as noites, mudaram também os comportamentos, as rotinas, os rituais, os pontos de partida e de chegada. As obras obrigaram as tribos a deslocar-se, o fim das obras criou uma indefinição nos pólos de concentração e convívio diurno: a nova reflorestação que agora se vê é o início de algo que apenas daqui a uns anos poderá dar frutos ou ser devidamente teorizado. A única coisa que nos resta fazer hoje é divertir-nos e tentar criar raízes. Foi isso que levou o homem A. a ficar mais do que uma noite no quarto single na baixa do Porto. A Boavista e a Foz são dois casos emblemáticos de bairros que ainda agora parecem estar a sofrer o seu facelift – sendo que o caso da Boavista é digno de estudo, pelo sucesso, eficiência e pragmatismo da operação (ainda em curso). Há cinco anos, antes do final da construção da Casa da Música, a Boavista era um deserto. Excepção? A discoteca-restaurante Triplex; o bistrô de Miguel Castro Silva, Bull & Bear; e o comércio de luxo na zona do Aviz.

Agora a festa da Boavista tem epicentro no Hotel Porto Palácio, cuja gestão criou um notável dinamismo de gostos: custa a acreditar em tudo aquilo que se esconde no subsolo, mas vale a pena entrar pelo lobby do hotel e fugir à esquerda para o que parece ser a entrada para um apeadeiro de metropolitano. A diferença é que a “viagem” do Porto Palácio é local-global: ou, como diz a nova geração de cozinheiros internacionais, é glocal. O subsolo do hotel é um open space que concentra alguns dos melhores novos restaurantes do Porto: o japonês Góshò, o italiano Grappa, o naturalista Vita Pura e o espaço mais “tradicional” do Le Coin. Sendo que as aspas no “tradicional” Le Coin são uma forma de aqui descrever a perplexidade da obra e o génio gastronómico do chef Hélio Loureiro (sim, é o cozinheiro que concebe as ementas da selecção nacional de futebol).



O labirinto do Porto Palácio não se fica por aqui: à saída, uma incursão pelo Porto Beer serve para requalificar o conceito demodé de cervejaria. Sim, há comida ao balcão, também se serve à mesa, e os plasmas do salão principal garantem a companhia costumeira dos grandes jogos de bola de fim-de-semana (a casa ganha sempre). O Porto Beer tem dois pisos de cada cor, branco e negro, para rimar talvez com o espírito duplo que inspira as nossas noites e os nossos dias. Do alto do 19.º andar, o VIP Lounge oferece uma opção intermédia, o cinzento da contemplação, numa aventura de Inverno que é também um passeio pelas nuvens rasantes da cidade. Como seria de esperar, o aparecimento da Casa da Música acelerou a modernização circundante da Boavista. Mas ninguém alguma vez esperaria que essa dinâmica conseguisse fazer sombra à própria oferta da Casa da Música (incluíndo o restaurante Kool, que já teve melhores dias). É verdade que tudo parece estar ainda numa fase experimental, mas a iniciativa do BB Gourmet, concebida pelo casal Fernanda e Jorge Santos a meias com Miguel Castro Silva (dono do Bull & Bear), tem tudo no “sítio”. Sendo que, para já, “o sítio” é a Boavista, mas poderá vir a ser amanhã Lisboa, e depois talvez o mundo.

“Gostaríamos de chegar a Londres”, diz-nos a Fernanda com uma boa dose de optimismo. Será que a crise passa ao lado dos mais bem preparados? O BB Gourmet é um must de alimentação e bom gosto, oferecendo área de refeição e supermercado gourmet, com refeições diárias de Castro Silva embaladas em vácuo para take away. Pode vir a ser um sucesso internacional ou ficar-se apenas pela zona de bairro, ninguém sabe – o futuro é uma roleta russa. “É uma roleta russa”, confirma-nos Artur Mendanha, um dos dois empreendores do Centro Comercial Bombarda (CCB), à Rua Miguel Bombarda, numa movimentada tarde de Inverno sem sol. Com Mariana Costa (uma das partes do Artes em Partes), Mendanha abriu o CCB em Maio de 2007. Hoje, quase dois anos depois, o CCB é o vórtice de uma cultura que começou a ser pensada há quase dez anos, quando as galerias de arte se instalaram na Miguel Bombarda.


Hoje, quase dois anos depois, e apesar de o CCB ser uma “roleta russa”, ninguém arrisca a pensar que o comércio da zona seja um tiro no escuro. Não é. Talvez o estilista Nuno Gama não tenha sido dos mais afortunados, uma vez que a sua loja-atelier foi assaltada uns meses depois da inauguração, em Setembro 2008. Mas que felicidade para a vizinhança o facto de ele não desistir e continuar o projecto no “SoHo do Porto” (é o nome com que se designa a Miguel Bombarda). Quem diz o Nuno Gama diz a cadelita Gama, que impreterivelmente o acompanha.



“Está com o cio, tem de usar calcinhas”, pontua o estilista com ironia.


No final da rua do Rosário, partindo de uma esquina da Miguel Bombarda, eis uma metáfora sobre a mudança – a loja Muuda, criada pela imaginação leve de Ana Rita Cameira, Joana Carravilla e Gilda Mendes. O que é? “Arte, sabores e design”, diz-nos Ana Rita. A primeira sala é design de autor, a segunda roupa de estilista (Gambina, Xiomara, Baldaque, White Tent, entre outros). Ao fundo, na sala de refeições que agora apenas recebe jantares de grupo, ergue-se um enorme painel que funciona como trompe l’oeil, imaginando um ponto de fuga para um pátio interior que nunca existiu. Mas que loja é esta?, ousamos perguntar. “Muuda.



Somos três as criadoras, mas a primeira a chegar à loja pode mudar a sua apresentação”. Mudar diariamente? Eis o desafio. Talvez as mudanças e a alteridade inerente à cidade do Porto nos deixem momentaneamante sem palavras – mas nunca nos deverão deixar mudos ou estáticos, se isso nos impedir de interpretar as novas formas da sua natureza.


O fim do fim-de-semana É meio-dia de domingo. O nosso homem A. está na esplanada do restaurante Shis, na Foz, a curar uma ressaca de três dias com café duplo, e aproveita o vento glaciar do Atlântico para pôr algumas ideias em ordem.


A vista é deslumbrante, mas infelizmente ele não se recorda de nada dos últimos três dias e três noites. Desde que saiu aos berros para a rua da Pensão Cristal, naquela primeira noite de neblina e urgência, o homem A. não parou. Nessa mesma noite, o seu pânico infantil foi aconchegado pela hospitalidade dos bares da vizinhança. A intoxicação começou no Café au Lait, prosseguiu pela Casa do Livro, atravessou o Armazém do Chá e só parou nas catacumbas do Plano B. “Mas isto não era apenas um café no rés-do-chão?”, foi a última dúvida que lançou aos seus companheiros de libertinagem antes de se finar. Teve de ser levado ao colo pelas escadas acima.


Agora é domingo e o homem A. tenta recompôr-se.


A memória é vaga, o prazer difuso. Tomou o pequeno-almoço ali a dois passos, no café com lareira da 66 Avenida Brasil Concept Store, onde teve a lucidez de comprar uma caixinha de bombons Leónidas para apaziguar a fúria da patroa. Para as 13h está marcada uma refeição de despedida com amigos empresários que conheceu na segunda ou terceira noite do Porto. “Ontem foi sábado ou sexta?”.



O almoço será no Buhle, na Foz, que a imprensa vende como “o novo restaurante do Vítor Baía, Tiago Monteiro e Pedro Emanuel”. É muito mais do que isso. Apesar de ser “novo”, recupera a memória do antigo Bule, que foi referência histórica na zona. Agora as principais figuras de cartaz do Buhle (com H) são o esmero, o conforto e a qualidade. A qualidade dos vinhos, numa carta exemplar criada pelo escanção Marco Valente, e a cozinha de nível, dominada por Rodrigo Garrett, jovem de apenas 30 anos, mas com rodagem internacional (veio do Four Seasons de Miami).

O nosso homem A. faz o caminho a pé da esplanada do restaurante Shis até ao jardim do Buhle, e chega uns dez minutos antes dos colegas. Apesar de o bartender do Buhle ter sido formado por Dave Palethorpe (Cinco Lounge, Lisboa), o homem A. refreia-se na opção etílica a tomar e escolhe então o descanso de uma poltrona na sala de espera. Faltam dez minutos para a uma da tarde.


“Quanto ficou o jogo do Benfica de ontem? Ou terá sido de anteontem?”. Onde dormir Do barato ao caro, do luxuoso ao trendy, do central ao periférico, escolha a sua melhor opção para passar a noite (mesmo que não venha para dormir). Não se esqueça de que o Porto já tem um hotel low-cost, o Star Inn.


Infelizmente, não é no centro da cidade, mas na Estrada da Circunvalação.


Hotel Infante Sagres
Praça D. Filipa de Lencastre, 62, tel. 223 398 500, www.hotelinfantesagres.pt,


www.lagrimashotels.com Quarto duplo a partir de €95, com pequeno-almoço incluído.


Eurostars das Artes
Rua do Rosário, 160-164, tel. 222 071 250,

www.pensaocristal.com Quarto duplo a partir de €59 (não inclui pequeno-almoço)


Rivoli Cinema Hostel
Rua Dr. Magalhães Lemos, 83, 1.º (Baixa – Aliados), tel. 220 174 634,

www.pensaocristal.com
Preço por pessoa em quarto duplo: €20, com pequeno-almoço incluído

Oporto Poets Hostel Travessa do Ferraz, 13 (aos Clérigos), tel. 223 324 209,
www.oportopoetshostel.com
Preço por pessoa a partir de €20, com pequeno-almoço incluído

Pensão Cristal Rua Galeria de Paris, 48, tel. 222 002 100, www.pensaocristal.com
Diárias em quarto de casal partir €40, com pequeno-almoço incluído


Onde comer
Dizem que se come melhor no Porto que em Lisboa.
Fomos provar e comprovar. Fizemos a Foz, a Baixa, a Ribeira, a Boavista e Matosinhos.
Conclusão?
É verdade: come-se melhor no Porto que em Lisboa. Pior do que isso, a capital sofre pela comparação – porque além da gastronomia, ementa ou carta de vinhos, os novos restaurantes do Porto (e Matosinhos) ganham na elegância dos espaços. Vistosos, respiráveis, e quase sempre com vista sobre o Douro.
Um desses “achados” é um restaurante difícil de achar: o Sessenta Setenta, situado no Convento Monchique, entre o Hospital de Santo António e a Cordoaria (Massarelos), troca-nos as voltas. A melhor maneira de chegar é a pé; a única maneira de sair é feliz.

O chef Francisco Meireles, um antigo vendedor de automóveis, abriu o restaurante com Lourenço Roqui há cerca de seis anos, e agora o 60-70 é um sucesso de estima, um local que estabelece uma linha muito definida entre o “almoçar/jantar” e o “comer”.

A diferença, claro, está no gosto, na prova – e na provação que é aguentar mais de um dia sem lá voltar. Uma refeição? Salada de microvegetais com alcachofra caramelizada, ovos mexidos com foie gras salteado, uvas embebidas em vinagre e maracujá ou Queijo da Serra com doce de figo caramelizado.


O facto de Lisboa poder nunca vir a ter um sítio assim não impede que alguns lisboetas não possam alguma vez visitar um sítio assim.

Sessenta Setenta
Rua Sobre do Douro, 14, tel. 223 406 093 Encerra aos domingos e ao almoço aos sábados.


BB Gourmet
R. António Cardoso, 301, tel. 226 092 003 Encerra ao domingo.


Al Forno
Baixa Rua Rodrigues Sampaio, 156, tel. 222 021 049 ou 938 923 305, www.alfornobaixa.com Encerra ao domingo.


Buhle Av Montevideu, 810, tel. 220 109 929, www.buhle.pt Aberto todos os dias.
Esplanada Shis Esplanada Castelo – Foz, tel. 226 189 593 Aberto todos os dias. Pela noite dentro
Passos Manuel -Clérigos até esgotar a imaginação e voltar para casa esgotado.
Galerias de Paris – Rua Galeria de Paris, 56
Plano B – Rua Cândido dos Reis, 30, tel. 222 01 2500, www.planobporto.com
Casa do Livro – Rua Galeria de Paris, 85, tel. 222 025 101, www.casadolivro.pt
Rosa Escura – Rua da Picaria, 32, tel. 91 88 04 659
Armazém do Chá – Rua José Falcão, 180, tel. 222 444 223, www.armazemdocha.com
Café au Lait – Rua Galeria Paris, 46, tel. 222 025 016
Pitch Club – Rua Passos Manuel, 38, tel. 222 012 349, www.pitch-club.com
Gare Clube – Rua da Madeira, 182 (a São Bento), tel. 91 25 64 343, www.gareclube.com

http://www.rotas.xl.pt/0309/400.shtml

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